Acusado de mandar matar vice-prefeito de Pedrão e Antonio Paulo filho de Várzea do Poço, vai a júri popular dia 30

O ex-prefeito de Pedrão, Gabriel Ribeiro Nogueira, vai a júri popular no próximo dia 30, acusado de mandar matar, em 1997, o seu vice-prefeito Antonio Alvim Freitas, e seu empregado Antonio Paulo Oliveira. O crime ocorreu em 12 de novembro, há exatos 17 anos. O júri do ex-prefeito será no Fórum de Alagoinhas, às 8 horas. Os jurados já foram selecionados, em sessão realizada no último dia 25 de agosto. Todos já foram intimados, por oficial de justiça para a sessão do júri. De acordo com a denúncia do Ministério Público, no dia 12 de novembro de 1997, por volta das 17h30, Antonio Alvim e Antonio Paulo retornavam de Alagoinhas para Pedrão, quando foram perseguidos por três homens, identificado por Valter Ribeiro Magalhães, Antônio Elias dos Santos e João Correia dos Santos, a mando do prefeito Gabriel Ribeiro Nogueira. EMBOSCADA Ainda segundo os autos, os dois foram interceptados nas imediações de Pedrão. As vítimas então, sob ameaça de arma de fogo, foram levadas para um lugar conhecido como Serra Cavada, retiradas do veículo em que estavam e atingidas por disparos de arma de fogo. Os corpos foram deixados no local. O MP relata que João Correia saiu em companhia de Valter a bordo de um veículo Corsa, enquanto Antônio Elias os acompanhou no veículo Fiat, que pertencia ao vice-prefeito Antonio Alvim. Mais tarde o veículo foi encontrado totalmente destruído e incendiado, na localidade de Palame. Em seguida, eles seguiram para Alagoinhas, onde festejaram a morte do vice-prefeito em um bar. Horas depois, o ex-prefeito e acusado de mandante do crime, foi comunicado da execução de Antonio Alvim e Antonio Paulo Oliveira. MOTIVAÇÃO Dois dos acusados do crime foram presos dois meses depois do assassinato (18/11/97). Antonio Elias dos Santos e Valter Ribeiro Magalhães foram autuados pela delegada regional Eliana Moura. Ela também identificou o ex-prefeito Gabriel Nogueira como autor intelectual das mortes. Conforme ficou apurado, a motivação do crime teria sido o fato de que Antonio Alvim tomou conhecimento de irregularidades na administração do então prefeito, a exemplo de que Gabriel Ribeiro Nogueira teria assumido dívidas de seu antecessor junto a ciganos além de ter feito novas dívidas e estar se utilizando de recursos públicos, através de notas fiscais frias, para efetuar o pagamento aos ciganos. Inconformado, o ex-prefeito Gabriel Nogueira teria contratado os acusados para matar o vice-prefeito Antonio Alvim. João Correia seria o responsável por fornecer as armas, com a promessa de receber a quantia de R$ 2 mil. REPERCUSSÃO O ex-prefeito de Pedrão, Gabriel Ribeiro Nogueira (PFL), foi preso pouco tempo depois do crime. Ele chegou a ficar custodiado na Casa de Detenção de Salvador. Na época da prisão, Gabriel Ribeiro, que também é advogado, negou participação no crime, alegando, inclusive, que mantinha um excelente relacionamento com o vice-prefeito. O assassinado o ex-prefeito de Pedrão, Antonio Alvim, ganhou repercussão nacional. A emboscada seguida de morte ganhou destaque até mesmo no jornal Folha de São Paulo (ver destaque).