"O sertão é dentro da gente. E esse sertão não é feito apenas de aridez e provocação, mas também de veredas, de estações de alívio e beleza em meio à solidão."
(Guimarães Rosa).
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O Sertão é sem lugar, uma expressão multifacetada e ultradimensional, um espaço identitário, cultural de produção do humano, necessário em todos os contextos da vida. É este sem lugar que, de tão “arraigado”, pressupõe uma imobilidade, mas que, a um olhar, mesmo apaixonado, sem, contudo, perder a curiosidade, faz revelar o quão fluído é o povo sertanejo em sua tessitura diária. Afinal de contas, o Sertão é composto de Humanos e humanos são travessias, construções e desconstruções!
Há
muito o tempo me cobra uma possibilidade - ainda que limitada e com recorte
litorâneo, de onde venho e me achego para perto do solo sertanejo - de
construção textual, possível de refletir esse território de secas,
infelizmente, corriqueiras, mas, com inundações explosivas de felicidades e
lutas diárias.
De
modo curto, posso, sob o peso de incorrer em erros que, julgo ser possível, por
não ser gestado aqui, dizer que, o Sertão, este lugar de idas e vindas,
cansaços e descansos, conflitos e soluções, de dita brutalidade, tão
disseminada, na figura do Sertanejo e Sertanejo da labuta da roça e seus
enfrentamentos, é um sem fim de encanto, um desabrochar impactante e vívido, a
cada probabilidade de gotejar, mesmo mínimo, de chuva. É um olhar sereno, forte
e mutável do viver que, ao seu modo, se faz um exercício de construção humana,
capaz e necessariamente, fortificador das dimensões múltiplas do humano.
O
Ser Tão é gente que, desde “miúdo”, se faz grande em sua caminhada!
Por: Paulo Roberto Silva
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