O fenômeno se deu no início da história do planeta, há bilhões de anos, quando a atividade do Sol era ‘muito mais forte’; resultados estão na revista Science Advances

A Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) publicou um artigo neste mês revelando uma descoberta inédita sobre o motivo pelo qual Marte se tornou árido e sem vida. Pesquisas anteriores sobre o solo do planeta já haviam revelado que, bilhões de anos atrás, houve presença de água e vidas simples no local, como micróbios. Mas o motivo pelo qual a água sumiu, impossibilitando a vida, ainda era um mistério. Segundo a agência americana, novas descobertas mostram que uma pulverização catódica – processo de choque entre partículas elétricas e a atmosfera – foi o principal fator que levou o planeta vermelho a perder sua água. O fenômeno se deu no início da sua história, há bilhões de anos, quando a atividade do Sol era “muito mais forte”.
“No início da história de Marte, sua atmosfera perdeu seu próximo campo magnético, ficando diretamente exposta ao vento e tempestades solares”, explica a Nasa. “À medida que a atmosfera começou a se desgastar, a água líquida não era mais estável na superfície e começou a escapar em larga escala para o espaço.” Em outras palavras: os átomos presentes na atmosfera de Marte começaram a ser eliminados por causa do choque contra partículas de carga elétrica solares, algo parecido com o processo de erosão provocado pelo atrito do solo com o vento e a chuva. “É como fazer um salto de bola de canhão em uma piscina”, diz Shannon Curry, pesquisador principal da Maven no Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado, em Boulder, Estados Unidos, e principal autor do estudo. “A bala de canhão, neste caso, são os íons pesados que se chocam com a atmosfera muito rapidamente e espalham átomos e moléculas neutras”, afirma.
Observação
“Além disso, a equipe precisava de medições no lado diurno e noturno do planeta em baixas altitudes, o que leva anos para ser observado”, diz o artigo. “A combinação dos dados desses instrumentos permitiu que os cientistas fizessem um novo tipo de mapa do argônio pulverizado em relação ao vento solar.” Por fim, o mapa revelou a presença de argônio em grandes altitudes nos locais exatos em que as partículas energéticas se chocaram contra a atmosfera e espalharam o argônio, mostrando a pulverização em tempo real. Os pesquisadores também descobriram que esse processo está ocorrendo de maneira quatro vezes maior do que a prevista anteriormente e aumenta durante as tempestades solares. Os resultados estão na revista Science Advances.






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