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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Bahia tem o maior número de pontos de exploração de crianças


A Bahia é o Estado brasileiro com o maior número de rodovias com pontos críticos de exploração sexual de crianças e adolescentes, totalizando 117 locais vulneráveis.


Em seguida, está o Paraná, com 116 pontos. Juntos, os dois Estados detém 24,9% dos pontos críticos do País.

Os dados fazem parte da quarta edição do Mapeamento de Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas Rodovias Federais 2009/2010, apresentado nesta quarta-feira pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em parceria com a organização Childhood Brasil, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República.

Ao todo, a pesquisa indicou 1.820 pontos de risco de exploração sexual de crianças e adolescentes espalhados por 66 mil quilômetros de estradas, sendo que 67,5% deles estão em áreas urbanas. O Nordeste é o que possui o maior número de pontos vulneráveis, com 545; seguido pelo Sul (399), Sudeste (371), Centro-Oeste (281) e Norte (224).

A PRF não divulgou exatamente quais são os pontos ou em quais quilômetros estão localizados a fim de preservar futuras ações repressivas e impedir que criminosos migrem de local de atuação. O levantamento mostra, porém, que as BRs 116 e 101, que ligam as regiões Nordeste, Sudeste e Sul são as mais perigosas para as crianças e somam 449 pontos críticos de exploração.

De acordo com a PRF, entre 2005 e 2009, 2.036 crianças que se encontravam em situação de risco nas estradas brasileiras foram encaminhadas a conselhos tutelares. No mesmo período, 951 pessoas foram presas em flagrante por este tipo de crime.



Características dos locais



Conforme o chefe de Divisão de Combate ao Crime da Polícia Rodoviária Federal, inspetor Moisés Dionísio da Silva, foi observado pelos policiais algumas características comuns nos locais onde há abuso. Em 81,9% deles há o consumo de alcóol e, em 69,3%, há também exploração sexual de adultos.

Destacam-se também a presença de caminhoneiros em 76,1% dos pontos, ausência de vigilância privada (69,5%) e a escassa atuação do conselho tutelar (73,6%). Ao contrário do que normalmente se imagina, além de estarem predominantemente em áreas urbanas, 79,5% dos pontos de exploração são bem iluminados.

"É um equívoco pensar que a criança é explorada em um local escuro e distante, da zona rural. É um local bem iluminado, já que as crianças têm medo de escuro", ressalta ele. "O explorador também tem que ver o 'produto que está comprando' e ver se a criança está mesmo sozinha para ele não ser roubado", explica.

Os corredores de escoamento de riquezas e em estradas que ligam regiões mais desenvolvidas a outras mais pobres também são pontos frequentes de exploração. O chefe de comunicação da PRF, inspetor Alexandre Castilho, enfatiza que as regiões com maior densidade populacional na maioria das vezes têm também um númer maior de crianças exploradas. "Há um fluxo maior de veículos, maior número de 'clientes', quando a região é muito pobre não tem quem 'consuma esse serviço'", diz.

O levantamento aponta ainda que o exploração está, quase sempre, associada a outras práticas criminosas, como furto, exploração da prostituição, tráfico de seres humanos, venda e consumo de drogas.
FONTE: CG NOTICIAS

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