Vereadores apontam irregularidades em licitação
A
licitação para pavimentar 20 mil m² em Ibititá, na ordem de R$
1.462.234,00 é suspeita de fraude. A única participação de uma empresa e
o falso cancelamento do edital determinado pelo prefeito Francisco
Moitinho Dourado Primo (DEM) seria estratégia para vetar a concorrência e
privilegiar a AND Engenharia Ltda como ganhadora. Os indícios de uma
escolha armada ficam mais evidentes ao observar o valor cobrado pelo
metro quadrado. Para calçar as ruas de Ibititá a AND cobra o m² por R$
70,74, quase o dobro comercializado pela maioria das construtoras. A ABC
Construção Civil, uma das empresas que não conseguiu comprar o edital,
cobrou na licitação anterior que participou no Município de Souto Soares
R$ 45 no m². A diferença de preço gera um gasto a mais aos cofres
públicos superior a R$ 500 mil. A denúncia foi registrada na Câmara de
Vereadores e a mesa diretora deu entrou com uma ação no Ministério
Público para que os fatos sejam devidamente apurados.
As
construtoras que ficaram de fora se deram conta que havia algo errado
ao tomar conhecimento da homologação da empresa vencedora no Diário
Oficial do Município de Ibititá, 2 de junho deste ano. Indignadas com o
episódio e a fim de que o caso seja desvendado, as empresas registraram a
denúncia na Câmara de Vereadores. Por escrito, ABC Construção Civil e a
CPR Construtora Projetos e Representantes Ltda formalizaram o pedido de
anulação da licitação e solicitaram ainda a abertura de novo edital que
atenda a todos os critérios da lei de licitações 8.666 como deve ser.
O
diretor administrativo da ABC Construção Civil Ltda, Aremiltom José da
Cunha, em carta assinada e entregue à Câmara, disse como ocorreu o veto
da participação da empresa. “Solicitamos a compra do edital no valor de
R$ 300 ao presidente da comissão de licitação da Prefeitura, Edésio
Micael Szervinsks Mendonça, o qual nos informou que o edital seria
cancelado. Acompanhando o processo licitatório pelo site
www.tmunicipal.org.br não verificamos o cancelamento da referida tomada
de preço. No dia 2 de para nossa surpresa o referido site publica o
resultado e a homologação de todo o processo licitatório com uma única
empresa habilitada e sendo a mesma vencedora da concorrência o que
evidencia manipulação e favorecimento”.
O
presidente Edésio Micael Szervinsks Mendonça enviou à Câmara uma nota
de esclarecimento admitiu ter informado as empresas “que tal processo
seria cancelado, pois o prefeito estava em dúvida com relação ao
financiamento” e ainda negou veementemente, que “em momento algum foi
negado à venda do edital licitatório às empresas presentes”.
A
mesa diretora da Câmara cumpriu com o dever que lhe cabe que é de
fiscalizar as contas públicas do Município e deu entrada no Ministério
Público para a questão seja investigada pela promotoria de justiça.
“Demos entrada no Ministério Público para que a Promotoria de Justiça
apure a veracidade dos fatos, pois estamos falando de dinheiro público,
do povo e para servir o povo. Outra questão que não pode passar impune é
a possível simulação de uma licitação para eleger uma empresa com o
maior preço mais caro para fazer o serviço. A diferença de preço que é
mais de R$ 500 mil pode ser aplicada para executar outras obras no
município”, disse o vereador e presidente do PMDB de Ibititá, Paulo
Dourado (PMDB).
O
vereador observou ainda a exclusão de duas quadras da licitação. “O
prefeito excluiu a construção de uma quadra no bairro do Gelo e outra no
Povoado de Lagoa da Pedra, pedido registrado por nós vereadores através
de emenda. Atento ainda para outra falha na licitação, a especificação
das ruas onde as obras de pavimentação serão executadas”.
Paulo
Dourado explicou que de acordo com a lei de n 639, aprovada pela Câmara
de Vereadores 30 de junho, que autoriza a contratação e a operação de
crédito com a Desenbahia (Agência de Fomento do Estado da Bahia) “ficou
determinado apontar os locais para evitar desvio dos serviços/recursos e
assim atribuir onde estaria sendo aplicados os recursos, o que não foi
feito no edital, portanto descumpre o previamente acordado pelo Poder
Executivo”.
FONTE: NOTÍCIA LIVRE
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sexta-feira, 26 de agosto de 2011
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» Ibititá: Prefeitura sob suspeita de fraude em licitação de calçamento
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