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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Denúncia: Revista Veja chama deputado baiano de “Rei do cambalacho”



O CARA - O deputado Bacelar em ação: emendas, fantasmas, parentes, empresas, amigos influentes e fortuna
O CARA - O deputado Bacelar em ação: emendas, fantasmas, parentes, empresas, amigos influentes e fortuna
A tarefa de emendar o Orçamento da União transformou-se, há tempos, num meio para os parlamentares corruptos embolsarem dinheiro público. A edição de VEJA desta semana revela mais um desses casos – protagonizado pelo deputado federal João Bacelar, que cumpre o seu segundo mandato pelo PR baiano.
O esquema é de uma simplicidade assustadora. Entre 2007 e 2010, João Bacelar – filho de ex-deputado federal e típico representante do baixo clero da Câmara – teve direito a R$ 43,5 milhões em emendas. Quase metade disso foi destinado a prefeituras do semi-árido baiano, onde estão seus redutos eleitorais. As prefeituras contratavam a Empresa Brasileira de Terraplenagem e Construções Ltda. (Embratec), administrada por Bacelar desde 2006. E o dinheiro ia parar no bolso do deputado.
Até novembro de 2009, a tramóia foi facilitada pela amizade com o servidor petista Marcos de Castro Lima, que ocupava a Subchefia de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Era ele quem recebia os pedidos de deputados e senadores e estabelecia a ordem de liberação das emendas. No último empenho em favor de Bacelar, antes de deixar o cargo, Lima liberou R$ 2,2 milhões ao amigo.
Quarenta dias depois de liberar essa bolada, e vinte dias depois de deixar o governo, o “homem das emendas” – como Lima era conhecido – ganhou de Bacelar um apartamento de 143 metros quadrados, num bairro nobre de Salvador. O custo foi de R$ 680 mil. Documentos obtidos por VEJA mostram que os pagamentos ficaram a cargo da Embratec.
Bacelar declara ter um patrimônio de R$ 1,2 milhão de reais. É pouco para quem tem carros importados e barco e faz uso de avião particular. Nenhuma menção à Embratec foi feita em sua declaração de bens à Justiça eleitoral. Procurado por VEJA, João Bacelar negou tudo. Em 2012, poderá dispor de mais R$ 13 milhões em emendas ao Orçamento – se o Conselho de Ética da Câmara não se mover para impedir a sangria.(Grupo Abril)

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