Protesto contra o fechamento das comarcas na Assembleia, nesta terça
O prefeito de Várzea do Poço, Paulo José Ferreira, considera o fechamento da comarca de sua cidade um retrocesso. Segundo ele, as pessoas que quiserem ter acesso à Justiça terão de ir para o município de Mairi, a 36 km: “É uma tristeza ver o povo com dificuldade para acessar o Judiciário”.
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A Procuradoria da Assembleia Legislativa da Bahia vai emitir nesta
quarta, 26, um parecer sobre a constitucionalidade da decisão do Tribunal de
Justiça de desativar 50 comarcas em municípios do interior do Estado. A análise
está sendo feita a pedido do presidente da AL, deputado Marcelo Nilo (PDT), que
avalia a possibilidade de ingressar com ação direta de inconstitucionalidade para contestar a decisão.
Entrevista ao Jornal A TARDE |
Anunciada na última
sexta-feira, a proposta prevê a remoção de juízes e servidores para cidades com
maior demanda judicial, tendo como contrapartida a criação de conselhos de
conciliação nos municípios cujas comarcas forem desativadas. Pesou na decisão a
redução de custos, já que há uma expectativa de queda de receita do Poder
Judiciário com a privatização dos cartórios extrajudiciais.
Diretora do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário da Bahia
(Sinpojud), Jaciara Cedraz criticou a decisão, ressaltando que, com o
fechamento de comarcas, os cidadãos vão ter de recorrer a outros municípios da
região, restringindo o acesso da população à Justiça.
Pref. Paulo/Representantes da Comarca do Município /Dir. Presidente do SINPOJUD Maria José Silva |
Município
Em documento encaminhado aos deputados estaduais, o Sinpojud acusa o
Tribunal de Justiça de usurpação da sua competência na determinação da
desativação das comarcas: “É uma medida que vai restringir às pessoas o direito
à Justiça. É um ato que, além de inconstitucional, é desumano”, pontua Jaciara
Cedraz.
Municípios - Os gestores dos municípios questionam os critérios adotados na escolha dos
municípios que terão as comarcas fechadas. Prefeito de Capela do Alto Alegre,
Claudinei Novato é um dos que não veem sentido no fechamento da comarca,
principalmente depois da construção de uma sede própria para o fórum da cidade,
que custou R$ 2 milhões.
Para ter acesso à
Justiça, os cidadãos terão de ir à cidade vizinha de Nova Fátima, onde o fórum
funciona em um prédio alugado. “Somos um município maior, com mais processos e
maior arrecadação, mas, mesmo assim, vamos ficar sem a nossa comarca”, critica
o prefeito Claudinei Novato, um dos que vieram protestar em Salvador.
Gildo Lima / AG. A TARDE
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