José Bispo de Oliveira, faria 106 anos em março
Morreu
na noite de ontem (5) aos 105 anos José Bispo de Oliveira, Zé
Passarinho”, como era conhecido. Ele teve um derrame na manhã do domingo
e foi encaminhado ao Hospital Jonas Ferreira da Silva e faleceu no
inicio da noite.
Zé Passarinho nasceu
em 30 de março de 1906, era o segundo dos oito filhos do casal Hermínio
Bispo de Oliveira e Bernardina Rosa de Oliveira. Nasceu e se criou no
lugarejo de Lagedo das Palmeiras, distrito de Jacobina, em meio a muitas
dificuldades e privações.
Sua
infância foi igual à de todos os meninos da época. Com muita imaginação
inventava os próprios brinquedos com conca de licuri, pedaços de
madeira, pedras e ossos. Começou
a namorar cedo, com 10 anos. Nesta época um olhar ou aperto de mão era
sinal de compromisso. Primeiro se pedia consentimento ao pai para depois
se cortejar a moça.
Em
1926 casou-se com Jovelina Benta de Oliveira, jovem paciente,
trabalhadeira e dedicada. Tiveram 14 filhos: Manoel, Aloísia,
Dirciolina, João, Ernestina, Anemésio, Isaias, Daldito, Arcênio, Pedro,
Maria, Agnailda, Antônia e Janilda. Como agricultor de mãos calejadas
criou os seus filhos. A vida não era fácil. E ele algumas vezes teve que
sair para trabalhar em outros lugares, enquanto sua dedicada esposa
ficava a sua espera, cuidando da família.
Era
um pai rigoroso, austero, por vezes duro. Colocou muitos pretendentes
de suas filhas para correr. Mas nunca surrou os filhos. Ensinou a eles a
única coisa que sabia: a melhorar os roçados com o suor do seu corpo e
dali extraírem o seu sustento. Batizou todos os seus filhos na fé
católica. Desde cedo os ensinou a rezar.
Em
1979 “Zé Passarinho” perdeu Dona Jovelina, a “D. Jove” como era
conhecida. Ela faleceu em São Paulo quando estava visitando uma de suas
filhas. Lá mesmo foi enterrada sem que pudesse se despedir nem prestar
homenagem à mãe de seus filhos, sua esposa durante 49 anos.
“Zé
Passarinho” nunca viu o mar, mas não tem vontade de conhecer, pois não
gosta de viajar. Ele só se arrepende de duas coisas nesta vida: de não
ter aprendido a ler e escrever e de não ter colocado uma dentadura.
O corpo de “Zé Passarinho” foi sepultado no meio da tarde de hoje em Serrolândia. Fonte: Arquivo de Familia/Portal Serrolândia
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