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segunda-feira, 1 de maio de 2017

História de leão que fugiu de caminhão do Circo Picolino em Serrinha não é verdadeira


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Veterinário alerta que animais podem ter sido atacados por cães, o que é comum acontecer na região | Foto: Notícias de Santaluz
A história do leão que teria causado a morte de cerca de trinta animais pode ser boato, segundo a polícia. De acordo com a soldado Lívia, do Distrito Integrado de Segurança Pública da cidade, a informação se difundiu nas redes sociais. Em conversa com o Bahia Notícias, a policial informou que ninguém teria visto o leão, e que apenas a foto está circulando na região. No município, a população está amedrontada com a informação. Apesar da notícia, a polícia segue investigando o caso e em busca do animal.

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Animais de criação encontrados mortos na manhã de sábado em comunidade localizada entre Ichu e Serrinha | Foto: Notícias de Santaluz

Bastou que dezenas de animais de criação fossem encontrados mortos na comunidade Boa União, no limite entre os municípios de Serrinha e Ichu, para que começassem a circular em grupos do WhatsApp mensagens afirmando ter se tratado de um leão que estava sendo transportado em um caminhão do Circo Picolino. Segundo informações propagadas nas redes sociais e até mesmo em alguns sites e blogs da região, o caminhão do circo teria quebrado na rodovia BA-409, ao passar pelo município de Serrinha com destino a cidade de Senhor do Bonfim, quando o leão ‘teria aproveitado um vacilo do motorista para fugir’. Até mesmo o áudio de um homem se passando por motorista do caminhão e, consequentemente, funcionário do Circo Picolino, informando sobre a fuga do animal chegou a circular nas redes sociais. Não é verdade.

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magem que seria de leão circulando em rodovia de Serrinha foi registrada em 2013, no estado de Santa Catarina | Foto: Gil Chiodelli Junior/Youtube / Reprodução

Alguns sites e blogs da região ainda chegaram a publicar uma foto ‘fake’ para convencer os leitores de que o suposto animal estaria circulando pela rodovia em Serrinha durante a noite. É novamente mentira! Trata-se de um leão-baio flagrado andando em uma rodovia do estado de Santa Catarina. O registro foi feito em janeiro de 2013. (veja aqui)
Coordenadora do Circo Picolino esclarece o caso
A coordenadora pedagógica do Circo Picolino, Simone Requião, esclarece que desde quando foi fundada há 33 anos, em Salvador, a Escola Picolino de Artes do Circo é voltada ao ensino das artes circenses e que nesse período nunca utilizou nenhuma espécie de animal. “Nunca na história do Circo Picolino foi utilizado qualquer espécie de animal, sequer um cachorro ou uma pulga. Todas as nossas atividades são desenvolvidas com base em técnicas circenses como malabares, trapézio, acrobacia e saltos ornamentais, entre outras. Já com relação aos espetáculos, ao final de cada período realizamos apresentações, exclusivamente em Salvador, e com os próprios alunos do projeto, que são crianças com idade entre 7 e 17 anos, de comunidades da periferia”, explica.

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Escola de Circo Picolino existe em Salvador e não viaja para o interior da Bahia há dois anos, além de não utilizar animais | Foto: Margarida Neide | Ag. A Tarde

Segundo Simone, outro fato que ajuda a desmentir as falsas notícias é que o circo não é itinerante, e que a última viagem feita ao interior ocorreu há mais de dois anos. “Atualmente existe um projeto sendo desenvolvido no Vale do Jiquiriçá, na região sudoeste da Bahia, por Anselmo Serrat, que é diretor-fundador do Circo Picolino, mas também é voltado para aulas de circo”, esclarece Simone, afirmando que o caso deverá ser apurado pelo departamento jurídico do Circo Picolino. “É uma situação desagradável e que pode trazer prejuízo à imagem do circo. Por isso, vamos averiguar o caso e tomar as providências cabíveis”, alerta a coordenadora pedagógica.
Animais mortos podem ter sido atacados por cães ao invés de leãoEmbora alguns moradores da comunidade Boa União afirmarem ter visto o leão, o agricultor conhecido como Roque de Marcelino, que encontrou cerca de 30 ovelhas mortas em sua propriedade na manhã de sábado (29), disse acreditar que os animais foram atacados por cães, o que é muito comum acontecer na região. Aliás, Roque conta que perdeu mais de cem ovelhas nos últimos 18 meses, sem contar com animais de outras espécies.
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação do 16º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Serrinha, informou que a corporação foi procurada por um agricultor denunciando que teve animais de criação mortos, mas não houve nenhum registro de queixa relacionado à fuga ou aparição do leão até a manhã desta segunda-feira (1). (Notícias de Santaluz – Colaboraram André Luiz e Rubenilson Nogueira)

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