“O senhor está preso”. O monsenhor Luiz Marques, de 84 anos, passou a noite no batalhão da PM de Arapiraca. Ele foi acusado de abusar dos coroinhas, mas jurou inocência.
“Eu quero dizer a Vossa Excelência uma coisa: não sou pedófilo”, disse Luiz Marques. Mas os participantes da CPI exibiram um vídeo do monsenhor mantendo relações com um adolescente. As imagens provocaram um grande constrangimento.
A platéia lotada e o alto clero de Arapiraca assistiram à gravação em silêncio. No final, o religioso pediu desculpas, mas voltou a negar o crime.
O juiz Romulo Vasconcelos disse que mandou prender o monsenhor porque temia que ele fugisse. “A Polícia Federal encontrou um passaporte com o padre e ele poderia fugir”.
A secretária e o motorista do monsenhor também foram presos, acusados de mentir para a CPI.
Durante os três dias de depoimentos em Arapiraca, a CPI ouviu 26 pessoas incluindo cinco coroinhas menores de idade. Dois religiosos foram proibidos de sair da cidade.
O monsenhor Raimundo Gomes também foi acusado de pedofilia. Ele nega, mas três coroinhas, que hoje são maiores de idade, confirmaram que tiveram relações sexuais com ele.
O padre Edilson Marques só não foi preso porque fez um acordo com a CPI. Ele confirmou todas as denúncias dos coroinhas, inclusive a prática de usar o dinheiro arrecadado dos fiéis, para conquistar os rapazes.
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